Hans Staden voltou a cruzar o litoral brasileiro — 500 anos depois.
Uma expedição inédita refez, a remo, o trajeto descrito pelo aventureiro alemão capturado pelos tupinambás no século XVI, unindo esporte, história e memória em uma travessia de 250 quilômetros entre Bertioga e Paraty.
Neste vídeo especial da revista VEJA, você acompanha a jornada da expedição Hans Staden 500, realizada por remadores do Clube de Regatas Bandeirante, que refizeram por mar o caminho percorrido pelo autor de História Verdadeira e Descrição de uma Terra de Selvagens, Nus e Cruéis Comedores de Homens. O feito esportivo resgata um dos relatos mais impactantes da história do Brasil colonial, marcado por guerra, canibalismo ritual e sobrevivência.
Ao longo de três dias no mar, os atletas enfrentaram ondas, vento forte e trechos históricos como a Ponta da Joatinga, em Paraty — local conhecido por naufrágios. “Se as condições da Joatinga fossem um pouco piores, seria impossível ultrapassar aquele trecho”, afirma Antonio Carlos Bonfá Júnior, responsável pelo barco de apoio da expedição.
A travessia também lança luz sobre a habilidade náutica dos povos indígenas. “A jornada mostra o quanto os indígenas eram habilidosos para remar grandes distâncias”, diz Charles Medeiros, ex-vereador de Ubatuba e estudioso da obra de Staden.
O vídeo mistura reportagem, história e esporte para mostrar como a paisagem do litoral mudou — e o que permanece — desde o século XVI, quando Staden quase foi devorado pelos tupinambás. Um relato que atravessou séculos, virou best-seller mundial e agora ganha nova leitura pelas águas do Brasil.
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