A postura de Jair Bolsonaro durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal, as estratégias adotadas pela defesa, a decisão de não passar a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva e a possibilidade de prisão domiciliar são analisadas por Acácio Miranda, doutor em Direito, no Ponto de Vista, programa da revista VEJA, apresentado por Marcela Rahal.
Ao comentar trechos do interrogatório, Acácio avalia que o comportamento mais contido do ex-presidente — com brincadeiras, pedidos de desculpas e mudança no tom — fez parte de uma estratégia jurídica comum. “É uma tentativa de desmistificar a imagem do réu e suavizar a retórica construída contra ele”, afirma. Segundo o jurista, elementos como tom de voz, postura e até vestimenta fazem parte desse cálculo psicológico, embora não tenham efeito jurídico direto.
Para o especialista, a estratégia não surtiu efeito entre os ministros do STF. “Os coraçõezinhos não foram amolecidos”, diz. Entre apoiadores mais fiéis, no entanto, a postura adotada no julgamento teria provocado frustração. “Quando ele se defende e não defende as bandeiras que defendia até então, isso gera decepção”, avalia.
Acácio Miranda também comenta a explicação de Bolsonaro para não ter passado a faixa presidencial a Lula. Segundo o ex-presidente, ele não aceitaria se submeter ao gesto simbólico. Para o jurista, o contraste entre a postura agressiva de outros momentos e o comportamento no julgamento chama atenção e ajuda a explicar a reação de parte do eleitorado bolsonarista.
Ao final, o doutor em Direito analisa a possibilidade de prisão domiciliar. Ele afirma que fatores como idade, condição de saúde e o fato de Bolsonaro ser ex-presidente pesam a favor dessa alternativa. No entanto, ressalta que o comportamento do condenado será determinante. “O Supremo espera que ele esfrie os ataques. Se isso não acontecer, fica impossível conceder benefícios”, conclui.
▶️ Assista à análise completa no Ponto de Vista, da revista VEJA.
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