No Ponto de Vista, apresentado por Marcela Rahal, o ex-embaixador Rubens Barbosa analisa por que a referência ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro apareceu na carta que justificou as sobretaxas impostas pelos Estados Unidos — e como esse elemento político evoluiu (ou não) dentro da relação bilateral. Tudo pertence à revista VEJA.
Barbosa lembra que a menção ao chamado “caça às bruxas do Judiciário brasileiro” foi incluída de última hora pelos EUA:
“A carta era equivocada. Era uma carta circular. A parte política foi enxertada apenas no final”, afirma.
O ex-embaixador explica que a motivação política não foi determinante para as tarifas:
“Nunca achei que a questão política influísse na negociação comercial. São coisas separadas.”
Segundo ele, o trecho foi inserido por influência do Departamento de Estado, onde há “uma pessoa com posição ideológica muito forte contra governos de esquerda”.
Depois, quando prevaleceram interesses econômicos concretos, os EUA recuaram desse argumento. Mas Barbosa alerta:
“Essa questão política não desapareceu. A qualquer momento pode reaparecer.”
O ex-embaixador lembra ainda que Lula já pediu duas vezes a Trump o fim das sanções políticas — sem retorno.
Enquanto isso, o Brasil continua pressionado pelo custo das tarifas:
“Tem 22% dos produtos brasileiros com tarifa de 50%. Estamos correndo atrás do prejuízo.”
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