Fake news e inteligência artificial colocam eleições de 2026 sob risco de desinformação em massa.
No Ponto de Vista, da revista VEJA, a apresentadora Marcela Rahal conversa com o advogado Luiz Augusto D’Urso, especialista em cibercrimes, sobre o desafio de combater a desinformação no período eleitoral e o avanço acelerado da inteligência artificial.
Para D’Urso, a ideia de que a internet é uma “terra sem lei” não surge do nada. “É uma interpretação plausível, porque existe uma impunidade muito grande”, afirma. Segundo ele, é difícil identificar criminosos digitais e responsabilizá-los penalmente, o que favorece a disseminação de fake news, especialmente em eleições.
O especialista destaca que a Justiça Eleitoral atua com mais rapidez durante o período eleitoral e mantém parcerias com grandes plataformas digitais para remover conteúdos ilegais. Ainda assim, alerta: “A sensação de terra sem lei permanece, porque a punição penal raramente acontece”.
O maior risco, segundo D’Urso, está na popularização dos deepfakes gerados por IA. “Qualquer pessoa poderá criar vídeos quase perfeitos de um candidato dizendo ou fazendo algo que nunca aconteceu”, diz. Para enfrentar esse cenário, ele defende regulação específica da inteligência artificial, identificação obrigatória dos usuários e limites legais claros para o uso da tecnologia.
“Regular não é censurar. É prevenir crimes e proteger a democracia”, conclui.
📌 Ponto de Vista é um programa da revista VEJA, apresentado por Marcela Rahal, com entrevistas e análises sobre política, tecnologia e democracia.
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