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Especialista analisa possíveis cenários para a sucessão de Vladimir Putin



Quem vem depois de Putin e até onde a China pode ir com Taiwan. No programa Mercado, da revista VEJA, a apresentadora Veruska Donato conversa com o economista e doutor em Relações Internacionais Igor Lucena sobre a sucessão de Vladimir Putin, os riscos de instabilidade interna na Rússia e os próximos passos da China em meio a uma desaceleração econômica e tensões no Estreito de Taiwan.

Provocado sobre a sucessão de Putin, Igor afirma que o tema não é exatamente tabu, mas envolve interesses sensíveis de oligarcas e lideranças regionais. Segundo ele, o nome mais próximo do atual presidente seria Dmitri Medvedev, ex-presidente e ex-primeiro-ministro, hoje em posição estratégica no comando do Estado russo. “É alguém que já sentou na cadeira do poder e conseguiu manter as esferas de influência”, explica.

Igor ressalta, porém, que Medvedev foi visto no passado como um líder mais moderado, período em que a Rússia aprofundou relações com a Alemanha e avançou em projetos como o Nord Stream, hoje praticamente descartados após a guerra na Ucrânia. Para o analista, Putin poderia tentar transferir poder em vida, mas esse cenário não é garantido.

Caso a saída de Putin ocorra de forma abrupta, por morte ou acidente, Igor prevê forte conflito interno e até um processo eleitoral disruptivo, com baixa credibilidade. Ainda assim, ele avalia que qualquer mudança relevante deve levar tempo. “Não vejo isso acontecendo nos próximos dez anos”, afirma, destacando que Putin segue demonstrando vitalidade e controle rígido do país.

A entrevista avança para a China, que enfrenta um dos momentos mais delicados de sua história recente. Igor aponta a existência de cerca de US$ 3 trilhões em créditos podres no setor imobiliário, com impactos diretos sobre os bancos e sobre as finanças dos entes subnacionais, que dependiam dessas receitas para financiar serviços públicos.

Segundo o economista, o crescimento chinês está abaixo dos 5% anunciados oficialmente, mais próximo de 3%, o que aumenta o descontentamento social e pressiona a legitimidade do regime. Ele lembra que o Partido Comunista sempre sustentou seu poder com base na melhora do padrão de vida, especialmente após as reformas de Deng Xiaoping nos anos 1980.

Hoje, porém, a China vive um movimento inverso, com mais repressão, controle das redes sociais e interferência direta do Partido na alocação de capital. Para Igor, esse é o maior desafio do presidente Xi Jinping. Ainda assim, o líder chinês mantém um objetivo histórico: entrar para a história como o governante que reunificou a China, o que passa por Taiwan.

Uma invasão militar, diz Igor, não é iminente, mas permanece no horizonte. O cálculo de Pequim envolve o fortalecimento militar de Japão e Coreia do Sul, a aproximação desses países com os Estados Unidos e a formação de uma espécie de “OTAN do Indo-Pacífico”, com Austrália, Índia e Nova Zelândia. “Se a China resolver seus problemas internos, pode enxergar uma janela de oportunidade”, conclui.

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