O colunista José Casado encerrou o programa com uma reflexão dura e simbólica sobre o esgotamento de um dos maiores símbolos do serviço público brasileiro: os Correios. Em tom grave e analítico, Casado afirmou que o país assiste à “morte lenta” da estatal — uma empresa que, mesmo faturando cerca de R$ 20 bilhões por ano, já não consegue pagar suas contas. “Ela quebrou”, disse, resumindo de forma direta o colapso financeiro e administrativo da instituição.
Casado destacou a ironia histórica do caso: uma empresa que desfrutou, por 362 anos, de monopólio legal absoluto — domínio total do mercado postal, sem concorrência — e mesmo assim chegou à ruína. “Como é que uma empresa do Estado brasileiro ficou arruinada depois de 362 anos de monopólio?”, questionou, marcando a contradição entre o privilégio estatal e a falência operacional.
O jornalista fez um mergulho histórico, voltando a 2005, quando os Correios se tornaram símbolo do loteamento político das estatais durante o primeiro governo Lula. Na época, segundo Casado, a empresa foi dividida entre o PT e partidos do Centrão, como PTB, PL, PP e MDB, o que culminou em denúncias de compra de votos e deu origem ao escândalo do Mensalão, que levou 40 políticos de vários partidos ao banco dos réus.
Duas décadas depois, Casado lamentou que “quase nada mudou”. Segundo ele, o aparelhamento político continua: hoje, os Correios seguem loteados entre PT, União Brasil, Podemos e até um grupo de advogados ligados a Lula.
Com tom de desalento e advertência, o colunista concluiu que o desfecho é previsível — a conta dessa nova crise, como sempre, acabará sendo paga pela sociedade brasileira.
“Um dia, talvez, algum historiador consiga contar em detalhes essa história extraordinária — a de uma empresa com monopólio absoluto por três séculos que, mesmo assim, foi à lona.”
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