O acordo entre Mercosul e União Europeia não foi feito às pressas, mas enfrenta entraves políticos e interesses divergentes. No programa Mercado, da revista VEJA, apresentado por Veruska Donato, o economista Lauro Gonzalez, coordenador do FGVcemif, analisa por que não dá para dizer que o acordo é melhor para a Europa ou para o Brasil de forma simples.
Segundo Gonzalez, o tratado vem sendo discutido há 26 anos e sua assinatura recente só ocorreu após um longo processo técnico e político. Ele explica que os interesses variam entre setores e países europeus, com destaque para as resistências do agronegócio francês, o papel da Itália e a influência de grupos econômicos estratégicos.
“Não dá para cravar de maneira certeira que o acordo é melhor para um lado ou para outro”, afirma Lauro Gonzalez.
O economista destaca ainda que a indústria automotiva alemã e a indústria farmacêutica francesa tendem a apoiar o acordo, enquanto setores agrícolas tradicionais se mobilizam contra. Para ele, o Brasil pode se beneficiar, mas o cenário atual é de incerteza, especialmente diante de disputas políticas no Parlamento Europeu.
“A União Europeia é composta por 27 países, com interesses muito diferentes”, diz Gonzalez.
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