O Ministério Público denuncia suspeitos por envolvimento na morte do delegado Ruy Ferraz Fontes, há pouco mais de dois meses, em Praia Grande, litoral de São Paulo. Segundo promotores, o delegado foi morto a mando do PCC. A denúncia, apresentada pelo Gaeco, tem 39 páginas e revela que, entre os 12 suspeitos indiciados na primeira fase da investigação, oito foram denunciados por homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio, porte ilegal de arma de uso restrito, favorecimento pessoal e organização criminosa. Um dos envolvidos morreu em confronto com a polícia dias após o crime, ocorrido em 15 de setembro, quando Ruy deixava a prefeitura, onde era secretário de Administração.
De acordo com os promotores, a ordem para matar Ruy Ferraz Fontes partiu do alto escalão do PCC, em retaliação à atuação do delegado contra chefes do crime organizado. Com mais de 40 anos de carreira, Ruy foi responsável por indiciar diversos líderes da facção por formação de quadrilha nos anos 2000. Na denúncia, o Gaeco também revela conversas entre os denunciados dias após o assassinato: um deles agradece a oportunidade de participar da ação, enquanto o líder responde: “Não tinha dúvida alguma da sua capacidade.”
O planejamento do assassinato começou em março deste ano, com o furto dos veículos usados no ataque, a compra dos fuzis e a definição dos imóveis que serviriam como base para os criminosos. A quadrilha utilizou ao menos quatro casas no litoral paulista. Em uma das imagens anexadas à denúncia, um dos acusados aparece transportando um fuzil enrolado em um cobertor rosa no dia do crime.
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