O presidente do Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento de Minas Gerais (SIPROCIMG), Ragheb Hamade Filho, detalha as razões que devem levar o setor a crescer em 2026. Segundo ele, a construção civil vive um processo acelerado de industrialização, impulsionado pela escassez de mão de obra, o que aumenta a demanda por produtos pré-moldados, argamassas industrializadas e blocos de concreto fabricados fora dos canteiros de obra.
Ragheb Hamade Filho explica que a falta de profissionais qualificados tem levado construtoras a migrar para soluções prontas de fábrica, que reduzem custos, aumentam a velocidade das obras e melhoram o controle ambiental ao diminuir resíduos. Ele também destaca o avanço do uso de resíduos e rejeitos da mineração como insumos, resultado direto do investimento em tecnologia dentro da indústria.
Outro ponto central da entrevista é o impacto da taxa Selic, hoje na casa dos 15%, sobre o mercado imobiliário. Para o dirigente, juros altos travam financiamentos, afetam sobretudo as classes média, C e D, e impedem que as empresas façam novos investimentos. Ele afirma que uma taxa entre 8% e 10% seria ideal para destravar o setor, ampliar vendas e modernizar o parque industrial mineiro.
Ragheb Hamade Filho compara modelos adotados em países como a China, ressalta os desafios para adoção de tecnologias avançadas no Brasil e detalha como sistemas automatizados — desde máquinas para assentamento de piso até ferramentas de orçamento instantâneo — estão transformando a competitividade das empresas.
A entrevista também aborda o crescimento dos pré-moldados em Minas, onde o Estado concentra 12% de toda a produção de cimento do país, além da importância dos pequenos apartamentos e dos investimentos do programa Minha Casa, Minha Vida para puxar o consumo de materiais.
Na parte final, Ragheb Hamade fala sobre o papel do sindicato, a estrutura oferecida pela FIEMG aos associados e sua meta de ampliar o número de empresas filiadas. Ele comenta ainda o centenário do Automóvel Clube de Minas Gerais, entidade da qual também é presidente, destacando as comemorações, bailes e eventos realizados em 2025.
Uma conversa franca, técnica e ao mesmo tempo acessível, que explica os bastidores do setor da construção civil e as perspectivas para os próximos anos em Minas e no Brasil.
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