Em sua coluna no Mercado, o editor de VEJA, Diogo Schelp, avaliou os primeiros impactos do chamado “tarifaço” imposto pelo governo Donald Trump no início de abril. Após pouco mais de quatro meses, segundo ele, os efeitos negativos já superam em muito os potenciais benefícios esperados.
Schelp lembrou que a escalada tarifária começou ainda em fevereiro, com sobretaxas sobre importações do México, Canadá, China e, depois, para praticamente todo o mundo. A promessa da Casa Branca era reduzir o déficit comercial dos EUA e proteger a indústria local, mas o resultado tem sido o contrário.
Os 5 efeitos listados por Schelp:
Pequenas empresas em prejuízo – Já acumulam perdas médias de US$ 90 mil cada neste ano, segundo a Câmara de Comércio dos EUA. Muitas dependem de importações para manter seus negócios. Em junho, o faturamento médio do setor já caiu 13%.
Déficit comercial maior – Ao contrário da promessa de Trump, o déficit aumentou. Parte desse salto ocorreu porque empresas americanas correram para importar e estocar produtos antes da entrada em vigor das tarifas.
Custo de vida mais alto – Carros e carnes ficaram mais caros, pressionando o orçamento das famílias.
Tarifas engordam cofres do governo, mas não compensam gastos – Apesar da arrecadação extra, a política de cortes de impostos e estímulos fiscais gera um desequilíbrio que neutraliza esse ganho.
Dólar enfraquecido – A moeda já perdeu cerca de 10% do valor desde o início do ano, refletindo a perda de confiança e a incerteza nos mercados globais.
“Muitas previsões feitas por economistas estão se confirmando, e novos efeitos surpreendentes já começam a aparecer”, resumiu Schelp.
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